Quarta-feira, 30 de Novembro de 2005
na minha rua
todas as pedras são como se fossem do rio
pelas margens
quando de olhos na terra regresso à noite
ao calor
correm à minha frente os artífices
juntam-se em oficinas de perfeição
e devagar
com todo o vagar que a água lhes dá
trabalham os vértices até aos seixos
com alfaias de tempo
de chuva
de vento
de horas
Quinta-feira, 24 de Novembro de 2005
Sexta-feira, 18 de Novembro de 2005
existe
intocado pelos sentidos um mundo
latente
que permanece ao meu lado
quando o esqueço
que me guarda o silêncio
se canto
que me pede que o sonhe
sempre
Terça-feira, 15 de Novembro de 2005
Corre melodia corre
em busca da harmonia perdida.
Busca que busca
em águas turvas a doce cantiga,
o baile vítreo,
o rodopio da água límpida.
Corre que busca.
Busca que busca
o ar, o mar e a vida.
O batuque, os sons, os tons da verde cor antiga.
Corre melodia busca,
busca a perdida harmonia.
Que busca busca
no baile as turvas águas, a vítreo doce cantiga
da água em rodopio, límpida.
Que busca busca,
corre a cor da vida, o tom
da doce rosa
florida.
Terça-feira, 8 de Novembro de 2005
isóbaras
desenham as linhas imperfeitas dos corpos
na sombra dos lençóis onde caímos
pertencem-nos
são nossas as rosas e o pão
do regaço dos milagres onde sempre nos deitámos
sim
são nossas as colinas
os relevos que na penumbra desejamos
de manhã