Sexta-feira, 5 de Novembro de 2004
I
lanço os braços no algodão do nevoeiro
encontro suspensos os dias
desmedida a escuridão das noites
ambos sabemos que é nos caminhos nocturnos da vontade
que emergem impacientes luminárias
esculturas feitas de nada
II
antes de escutar as linhas do teu corpo
quero imaginá-lo a correr
solto
continuamente perdido nas ruas marginais da cidade
só depois as bandeiras poderão desprender a tinta
turvar o encanto do vento transparente
III
colorido
colorido só o contorno dos teus lábios
furtivos à proximidade dos meus e ao rigor da palavra