Sexta-feira, 29 de Abril de 2005

És




és um poema furtivo e vadio
e caminhas no tempo de mão dada contigo mesmo

és uma linha sem nascente
sem destino
horizonte nem corpo





(c)Todos os Direitos Reservados Luís Natal-Marques às 20:17
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Segunda-feira, 25 de Abril de 2005

Tantas coisas...


Diz o poeta
Que todas as verdades vêm ao mundo
Pela mão da sua irmandade...

Diz o poeta
Que musicar um poema é pura redundância...

Diz o poeta
Que a poesia é inofensiva...

Diz o poeta
Que a Liberdade é a sua enxada...

Os poetas dizem
Tantas coisas...


( Nos 25 anos do 25 de Abril )




(c)Todos os Direitos Reservados Luís Natal-Marques às 10:58
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Sábado, 23 de Abril de 2005

Andanças



Em cada um de nós há um cavaleiro andante
quantas vezes sem cavalo
quantas vezes sem batalha

É que já não há moinhos de vento nem lanças
já não se constróem quimeras Quixotes nem Panças

O mundo é outro
São outras as andanças





(c)Todos os Direitos Reservados Luís Natal-Marques às 18:19
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Respondendo ao desafio de Nietzsche

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Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

Nenhum em particular e todos. As clausuras sempre me atormentaram…

Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção?

Sim. Na minha juventude, por todos os heróis de Emílio Salgari. Hoje é bem mais difícil, porque a idade nos ensina as fronteiras da realidade e da ficção..

Qual foi o último livro que compraste?

Dois, no mesmo dia: “Portugal Hoje – O Medo de Existir” de José Gil e “O Livre –Arbítrio” de Santo Agostinho.

Qual o último livro que leste?

“Lunário” de Al Berto (releitura)

Que livros estás a ler?

Vários, consoante o local em que estou: tenho na sala os “Ensaios” de Montaigne, no quarto a “Obra Quase Incompleta” do Alberto Pimenta e, na casa de banho, “O Diário de Salazar” de António Trabulo…

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?

D E F I N I T I V A M E N T E, quaisquer (4) do Eça. Mais as”Técnicas de Sobrevivência em Ilhas Desertas”, não sei de que autor nem tampouco se existe, mas confesso que me seria muito útil…

A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?

Semi-Poetisa : http://semipoetisa.blogs.sapo.pt/ - para lhe conhecer os gostos literários ;-)

Rebeldia Doce : http://docerebelde.blogs.sapo.pt/ - para confirmar a sua rebeldia ;-)

Esferovite: http://esferovite.blogspot.com/ - para saber onde se inspira ;-)

(c)Todos os Direitos Reservados Luís Natal-Marques às 15:51
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Terça-feira, 19 de Abril de 2005

Mesmo que não estejas


gosto de chegar com o sol ainda baixo
quando o dia ainda não deixou de ser noite
e o perfil da terra mal se apodera do céu

na penumbra vejo tão longínquas
sempre tão vagas as nossas proximidades
que nem percebo quando não estás

mesmo assim
gosto de me sentar à mesa pela manhã
de cheirar o café com leite e o pão ainda quente

e ver-te ali
mesmo que não estejas





(c)Todos os Direitos Reservados Luís Natal-Marques às 14:13
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Sábado, 16 de Abril de 2005

Sempre a eternidade


Mal consigo dormir com o tempo...

Sempre a eternidade,
sempre ela à babuja de mim
a pedir-me efémeras contrições...
quando digo que muito tempo e sempre
tanto pode ser o mesmo,
como não.









(c)Todos os Direitos Reservados Luís Natal-Marques às 01:01
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Terça-feira, 12 de Abril de 2005

Espigas




Não podem crescer espigas luminosas
dos grãos cultivados no mais oculto breu.

Sem que Dédalo navegasse primeiro
nas ventanias que Éolo soprou
e nas aventuras do labirinto,
como poderia Ícaro trepar aos céus(?),
sumir-se da terra(?),
pendurar-se no Sol (?).







(c)Todos os Direitos Reservados Luís Natal-Marques às 14:06
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Sexta-feira, 8 de Abril de 2005

País dos antípodas




A mim
sacerdotes da manha!
linhagem dos gazeteiros!

A mim
profetisas e carpideiras de enredos tais
que escutar-vos é crer-me
a ganir convosco!
a ganir!
a ganir !

A mim
país dos antípodas,
onde as flores cheiram a caca
e os pianos se tocam com os pés!

Quem vos disse que a palavra é inofensiva?

Ah! lavadeiras da má língua!...
esfregai...
esfregai...
esfregai...






(c)Todos os Direitos Reservados Luís Natal-Marques às 18:25
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Segunda-feira, 4 de Abril de 2005

Limbo



eu sei
que há uma linha entre o céu e a terra
donde se avistam as quimeras do paraíso
e a trama imperceptível da praia

eu sei que o preço da fé
faz –se com o suborno das promessas
e se desmancha com a sede madura

eu sei









(c)Todos os Direitos Reservados Luís Natal-Marques às 01:02
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