Sábado, 24 de Setembro de 2005
navego em terra
seguindo faróis de marear
desenho no chão da tua pele os caminhos
e abalo assim
perdido como sempre
Sexta-feira, 16 de Setembro de 2005
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aosaseasaers,ra
1
sedento
abri a torneira do fontanário.
saíram turbilhões de letras, sinais e números,
que me encharcaram as mãos de segredos.
2
a esperança do trigo é cair à terra,
a do pólen correr ao vento.
que desejo terão as letras?
Domingo, 11 de Setembro de 2005
nas tardes de primavera
com o sol morno e o céu rubro
eu corria para ti e sentava-me no degrau
à tua beira
encostava a cabeça ao teu peito
e tu sorrias e falavas-me
da imensa tristeza
da esperança dos desertos
dizias-me que não havia fogos despertos
que ardessem no peito mais do que os nossos
dizias-me que todos os mistérios eram só Um
e que nem toda chuva do céu
seria tão nossa como nós
e eu não falava nem dizia
ouvia tão só os sons escondidos em tudo
e em segredo construía cidades
com a tua voz
Quinta-feira, 1 de Setembro de 2005
I
se nos perdemos e deixamos
que a voz da nossa rua nos deslumbre
se vamos ao acaso nos passeios
e sentimos que alguém troça e ri de nós
é a cidade que navega ao sabor do rio
enquanto o rio se derrama pela foz
II
se nos perdemos e deixamos
que a voz da nossa rua nos deslumbre
se vamos ao acaso nos passeios
e sentimos que alguém troça e ri de nós
é Lisboa que navega ao sabor do Tejo
enquanto o Tejo se derrama pela foz
(Poema dedicado ao Café Lisboa - Link à direita)