Quarta-feira, 28 de Dezembro de 2005
não quero as nuvens
não quero a chuva
nem o vento
nem o frio
dêem-me o céu
só o céu
deixem-me no azul
assim tranquilo
assim doce
quente
Segunda-feira, 19 de Dezembro de 2005
que noite é esta que me acontece
cá dentro?
que ânimo é este que me entristece
o lume?
o alento?
que doçura me dás que não distingo
o dom das lágrimas
da tristeza?
tranquila e doce
em que adormeço?
que frio é este que me acalma
e consola?
que paz é esta que reconheço
no açúcar louro da madrugada?
no perfume do orvalho?
na geada?
que paz é esta?
Domingo, 11 de Dezembro de 2005
dizem que a eternidade é longínqua
que está depois do fim
além
dizem que nem tudo começou no princípio
mas antes disso
primeiro
e eu
que tão próximo não vejo
o que só a distância mostra
desembarco antes de chegar
tão cedo
que nem mesmo o sono me leva
onde me deixas de regresso