e quando eu quis cantar
disseste-me que não havia vento
que me levasse a voz.
e eu calei-me.
perguntei-te de onde corria o vento.
disseste-me que os caprichos do ar
são tão ínvios e frágeis
como livres e ágeis são as ondas do mar.
e eu calei-me.
perguntei-te de onde escorria a água.
falaste-me das gotas cristalinas,
do orvalho.
das lágrimas que se precipitam
de madrugada, tão límpidas na verdura chã.
e quando eu vi as aves brancas, suspensas no escuro
como luminárias, falaste-me no voo luminoso dos pirilampos.
e eu calei-me.
de onde vem a Luz ? perguntei-te.
do Oriente da Terra ou de Ti.
na imensidão o centro pode estar
em qualquer lugar, respondeste.
. Perto
. Frágil