I
Quero que os velhos mais velhos,
toda a gente sem idade se entregue.
Que das portas abertas ao Tejo
se vejam os mistérios que perduram,
que se perdem e acham na corrente.
Porque é bela a cidade,
quente e majestoso o cio que ela verte.
II
Ó Lisboa das Tágides errantes!
Ó colinas que nem Safo, como Lesbos, cantou!
Olissipo que estás na fronteira do céu,
por onde Ulisses, atento e errante
navega os caminhos do mar.
III
Não!
Não canta quem desconhece
quantas as janelas que se abrem para o rio.
Quem não vê a espuma da manhã
nem as brumas que invadem as colinas
depois de uma noite fria,
não te pode cantar.
. Perto
. Frágil