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Só eu sei como gosto de chegar,
que nem o Profeta, passo a passo aos sete céus.
Contente o faço, satisfeito fico!
E nada me afeta quando de peito aberto
vou ao encontro do incerto espaço.
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Juntos e depois à vez, saltitando
de frente, de mansinho salto.
Ligeiro no passo e quando não de lado,
chego consolado e sem cansaço.
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Respiro fundo, fundo respiro,
que cinco por patamar é obra
e contar é o meu destino.
Irra! Que os anos pesam nas pernas,
que dobram e badalam como sinos
confinados ao limbo e ao paraíso.
Ou será inferno?
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Que à dúzia fica mais em conta
e eu conto mas não meço.
A que preço! A que preço!
Mea culpa! Mea culpa!
Por minha tão grande culpa!
Deus meu, como pesam a idade,
a eternidade e a consciência nestes dias.
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Assim, de uma vez e sem dobrar
dá gosto subir e descer,
chegar e sair.
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Como dois octógonos concorrentes
ou polígonos perpendiculares.
Com música em duas oitavas,
e auriculares para oito orelhas.
Com dezasseis cabras, oito prenhas.
E leite, muito leite
nos vértices das ovelhas.
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Conto, conto e não me canso de contar.
Depois do nove está o zero vazado
e depois do zero vazio sei lá que fado.
Ah! Pernas para que vos quero!
Que raio de vício este, aquele que tenho.
O de contar os degraus das escadas que subo
e de contá-los de volta, quando desço.
Créditos foto - imagem daqui: https://br.freepik.com/fotos-premium/estrutura-de-escadas-na-rua-arquitetura-na-cidade-de-bilbao-espanha_7554996.htm
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