I
encostei-me à entrada.
olhei para cima e vi projetadas no azul celeste
as barras firmes do portão.
como são altas, férreas e sólidas!
está fechado a sete chaves, pensei.
e eu aqui esquecido,
nos passos perdidos do paraíso.
II
não sei de nada.
ousarei as rimas que ouvi, cantadas no sul e a leste
pelas cigarras no lume do verão.
ouço-as tão cálidas,
térreas e pálidas!
vão assustadas no ventre das aves, pensei.
e tu ali, de braços estendidos,
indecisos.
imagem: ZP_Cicada from Borneo_© photographer Alex Hyde
. Perto
. Frágil