Admiráveis
são as mentiras que nos contam na cidade.
Que a luz apenas ilumina quem merece,
que a vida é como é, porque se não fosse não seria assim,
que o amor, a ser um estado, não será sólido nem líquido.
Foge Zygmunt, que te afogas.
Corre, voa, antes que a maré se cumpra.
Admiráveis e corroídos são os mitos urbanos.
Puras e castas as laranjeiras do meu pomar
que somam laranjas em contas de somar.
Que me digam mentiras.
Que me contem verdades.
Que me digam que o merecimento é fruto da escravidão
e que a razão da vida fica próxima do acaso.
Ou que o amor não existe. Só fingimento.
Quero lá saber!
Sou livre de acreditar.